00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) FALE - FACULDADE DE LETRAS Dissertações e Teses defendidas na UFAL - FALE
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/16711
Tipo: Dissertação
Título: Vida literária o teor testemunhal nos diários de Alejandra Pizarnik
Título(s) alternativo(s): Literary life: the testimonial content in Alejandra Pizarnik's diaries
Autor(es): Siqueira, Nathalia Bezerra de
Primeiro Orientador: Andrade, Cleyton Sidney de
metadata.dc.contributor.referee1: Holk, Ana Lucia Lutterbach Rodrigues
metadata.dc.contributor.referee2: Silva, Susana Souto
metadata.dc.contributor.referee3: Medeiros, Ana Clara Magalhães de
Resumo: Esta pesquisa busca investigar o teor testemunhal dos diários de Alejandra Pizarnik, para localizar o que há de singular no modo como ela escreve, ou, ainda, como ela sustenta sua “vida literária”, termo por ela utilizado. Nos diários da escritora argentina Alejandra Pizarnik (1936-1972), são várias as passagens em que a escrita aparece como condição para sua vida. A escrita de diários a acompanha desde antes de publicar seus primeiros poemas até a véspera de sua morte, e constrói um significativo espaço que ultrapassa o registro cotidiano e se torna marca de sua relação com a escrita, reunindo fragmentos de leituras, suas tentativas de familiarização com a língua espanhola e um espaço de depuração de seus poemas. A proposta de teor testemunhal nos possibilita uma leitura a partir do trauma constitutivo da linguagem, sem que necessariamente esteja vinculado a um evento traumático, aproximando-se da noção lacaniana de real. A literatura de testemunho se consolida na década de 70, a partir das narrativas dos sobreviventes de guerra e de campos de concentração, a partir da noção de trauma em Freud. O teor testemunhal nos coloca diante de um outro modo de nos aproximarmos do texto literário, e a impossibilidade de separar vida e escrita em Alejandra Pizarnik nos coloca diante desta exigência de sua “vida literária”, como uma condição para ler seus diários. Não se trata de tomar os diários como um paratexto ou como um complemento à biografia, escrita que preenche as lacunas para recompor uma versão verídica de sua vida. Trata-se de tomar os diários a partir de uma investigação de seu teor testemunhal, que nos permite não prescindir de sua vida nem de sua biografia, mas se valer disso para dar lugar àquilo que, na escrita, transmite a singularidade de uma amarração. Assim, os diários de Alejandra Pizarnik traçam um fio entre vida, escrita e obra, e são neles que aparecem as leituras, os procedimentos de escrita, o palácio de citações, a reescrita: cena que inscreve as marcas que testemunham sua singularidade. Se o nome Alejandra é uma condição para a escrita, a escrita pode ser uma condição para a vida. Nesse ponto, o teor testemunhal dos diários nos possibilita pensar que, enquanto ela trata o real, também o mostra: entre um nome próprio, que torna possível consentir com sua vida literária, e a tomada da escrita como uma gramática que ordena sua vida, é possível pensar que a escrita torna, para ela, a vida suportável.
Abstract: This research seeks to investigate the testimonial content of Alejandra Pizarnik's diaries, to identify what is unique about the way she writes, or, rather, how she sustains her "literary life," a term she uses. In the diaries of Argentine writer Alejandra Pizarnik (1936-1972), there are several passages in which writing appears as a condition of her life. Diary writing accompanied her from before she published her first poems until the eve of her death, and constructs a significant space that goes beyond the everyday record and becomes a mark of her relationship with writing, bringing together fragments of readings, her attempts to familiarize herself with the Spanish language, and a space for refining her poems. The proposed testimonial content allows us to read from the constitutive trauma of language, without necessarily being linked to a traumatic event, approaching the Lacanian notion of the real. Testimonial literature was consolidated in the 1970s, based on the narratives of war and concentration camp survivors, and on Freud's notion of trauma. The testimonial content presents us with a different way of approaching literary texts, and the impossibility of separating life and writing in Alejandra Pizarnik confronts us with this requirement of her "literary life," as a condition for reading her diaries. This is not about taking the diaries as a paratext or a complement to the biography, a writing that fills in the gaps to reconstruct a truthful version of her life. It is about approaching the diaries through an investigation of their testimonial content, which allows us not to disregard her life or biography, but to use them to make room for that which, in writing, conveys the singularity of a connection. Thus, Alejandra Pizarnik's diaries trace a thread between life, writing, and work, and it is in them that the readings, the writing procedures, the palace of quotations, the rewriting appear: a scene that inscribes the marks that bear witness to her singularity. If the name Alejandra is a condition for writing, writing can be a condition for life. At this point, the testimonial content of the diaries allows us to think that, while she deals with reality, she also reveals it: between a proper name, which makes it possible to consent to her literary life, and the understanding of writing as a grammar that orders her life, it is possible to think that writing makes life bearable for her.
RESUMEN: Esta investigación pretende indagar en el contenido testimonial de los diarios de Alejandra Pizarnik, con el fin de localizar qué hay de singular en su forma de escribir, o incluso cómo sostiene su "vida literaria", término que ella misma utiliza. En los diarios de la escritora argentina Alejandra Pizarnik (1936-1972), hay varios pasajes en los que la escritura aparece como una condición de su vida. La escritura de los diarios la acompaña desde antes de publicar sus primeros poemas hasta el día anterior a su muerte, y construye un espacio significativo que va más allá del registro cotidiano y se convierte en una marca de su relación con la escritura, reuniendo fragmentos de lectura, sus intentos de familiarizarse con la lengua española y un espacio de depuración de sus poemas. La propuesta del contenido testimonial nos permite leer desde el trauma que es constitutivo del lenguaje, sin que necesariamente esté ligado a un hecho traumático, acercándonos a la noción lacaniana de lo real. La literatura testimonial se consolidó en los años 70 a través de los relatos de supervivientes de la guerra y de los campos de concentración, a partir de la noción de trauma de Freud. El contenido testimonial nos presenta otra forma de acercarnos al texto literario, y la imposibilidad de separar vida y escritura en Alejandra Pizarnik nos presenta esta exigencia de su "vida literaria" como condición para leer sus diarios. No se trata de tomar los diarios como paratexto o complemento de la biografía, escritura que rellena los huecos para recomponer una versión veraz de su vida.Se trata de tomar los diarios desde una investigación de su contenido testimonial, que permita no prescindir de su vida ni de su biografía, sino servirse de ella para dar paso a lo que, en la escritura, transmite la singularidad de un vínculo. Así, los diarios de Alejandra Pizarnik trazan un hilo entre vida, escritura y obra, y es en ellos donde aparecen las lecturas, los procedimientos de escritura, el palacio de las citas, la reescritura: una escena que inscribe las marcas que dan testimonio de su singularidad. Si el nombre Alejandra es condición para la escritura, la escritura puede ser condición para la vida. En este punto, el contenido testimonial de los diarios permite pensar que, a la vez que trata con la realidad, también la muestra: entre tener nombre propio, que hace posible consentir su vida literaria, y tomar la escritura como una gramática que ordena su vida, es posible pensar que la escritura le hace la vida soportable.
Palavras-chave: Pizarnik, Alejandra
Escrita
Teor testemunhal
Diário (Gênero literário) - Argentina
Pizarnik, Alejandra
Writing
Testimonial content.
Diary (Literary genre) - Argentina. Title
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura
Citação: SIQUEIRA, Nathalia Bezerra de. Vida literária o teor testemunhal nos diários de Alejandra Pizarnik. 2025. 139 f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Faculdade de Letras, Programa de Pós Graduação em Letras e Linguística, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2024.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/16711
Data do documento: 10-jun-2024
Aparece nas coleções:Dissertações e Teses defendidas na UFAL - FALE

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Vida literária o teor testemunhal nos diários de Alejandra Pizarnik.pdf1.9 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.