00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) 02 EDUFAL - EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS Livros de Economia - EDUFAL
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/8125
Tipo: E-book
Título: Covid-19 e as distinções territoriais em evidência
Autor(es): Silva, Luciana Caetano da (org.)
Pochmann, Márcio (org.)
Feitosa, Cid Olival (org.)
Resumo: Desde a sua chegada do exterior, ao que tudo indica trazido por representantes dos segmentos sociais de maior rendimento e residentes nas cidades ricas do país, a Covid-19 se generalizou por todo o território nacional. A sua propagação entre classes sociais e distribuição pelo espaço geográfico terminaram por revelar o quanto a pandemia viral não se tratava de mero processo biomédico. Rapidamente, a análise acerca da contabilização oficial da transmissão da doença e dos contaminados que perderam a vida apontou a relevância da dimensão estrutural da demografia e da sociedade condicionada pelo meio social atrelado à situação de trabalho e condição de moradia. Isso porque a condição de exposição à propagação e ao tratamento médico-hospitalar explicitou a efervescência do processo de exclusão em curso numa sociedade já extremamente marcada pela desigualdade racial, etária, sexual, geográfica e de renda, riqueza e poder. Em pleno empobrecimento do conjunto da nação gerado pelo decréscimo do fluxo de renda associado à queda do nível das atividades econômica e ocupacional, o estrato social mais rico seguiu se apresentando intocável, capaz de aumentar ainda mais o seu grau de apropriação da riqueza. No sentido da desigualdade de classe social intrínseca ao espaço físico ocupado por diferentes grupos populacionais, as assimetrias e escalas de privilégios corresponderam a estágios de saúde distintos. Decorrente desta perspectiva analítica que a presente coletânea foi constituída. O esforço coletivo de pesquisadores de áreas distintas, imbuídos do compromisso de intercambiar experiências e compartilhar com o leitor o resultado da investigação sobre a pandemia Covid-19, buscou avançar no conhecimento a respeito do impacto e das perspectivas econômica, social e espacial. No dia 05/07/2020, o Brasil ocupava a 2ª posição em números de casos confirmados e óbitos, respondendo por 14% (1,6 milhão) e 12% (65 mil), respectivamente, embora sua participação na população global corresponda a 2,8%. A China, com quase 7 vezes a população do Brasil e primeiro epicentro da pandemia, respondia, no mesmo dia, por 0,86% dos óbitos, expondo a incapacidade do governo brasileiro em lidar com a crise sanitária que se agravou com a pandemia. Desde o golpe de 2016, está em curso o desmantelamento do setor público, majoritariamente, ofertante de direitos democráticos inscritos na Constituição Federal de 1988, sob a justificativa de um equilíbrio fiscal, cada vez mais distante de seus propósitos à medida que o avanço do neoliberalismo destrói as bases de produção e consumo do país. O achatamento da massa salarial, implantado sob a ilusão de maior rentabilidade do setor produtivo, freou o consumo e a possibilidade de novos investimentos privados. Desde 2016, a formação bruta em capital fixo tem ficado abaixo de 16% do PIB, tendo chegado a 21,5% no terceiro trimestre/2010 e fechado o primeiro trimestre/2020 em 15,8% (IBGE/CN, 2020), desenhando um cenário cada vez mais distante da recomposição da atividade produtiva, em comparação ao que se tinha até 2014. A Covid-19 foi implantada no Brasil pelos circuitos do comércio e do turismo internacionais, aportando inicialmente em São Paulo e se expandindo pelo interior do país sem nenhum protocolo de controle pelo governo federal, que segue ignorando a gravidade do problema. Os portadores da Covid-19, inicialmente foram empresários e cidadãos de renda mais elevada, todavia, dois meses depois, a maioria das vítimas se concentrava entre negros (as) e pobres, predominantemente, homens acima de 60 anos. O Nordeste do Brasil, que concentra 52% das famílias em condição de extrema pobreza e enfrenta maior precariedade do sistema de saúde já responde por mais de 32% dos óbitos registrados pelo Ministério da Saúde, além dos efeitos sobre o mundo do trabalho. No seu conjunto, as sete contribuições produzidas por quatorze estudiosos que fazem parte do presente livro pretendem oferecer uma reflexão ampliada da realidade brasileira acerca da pandemia da Covid-19 no espaço, na sociedade e na economia nacional. Espera-se, assim, poder contribuir no conhecimento que gere aprendizado capaz de permitir a reversão da própria realidade conhecida.
Abstract: Null
Palavras-chave: Covid-19
Pandemia - Impactos Socioeconômicos
Desigualdade Social
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Editora da Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: EDUFAL
Citação: SILVA, Luciana Caetano da; POCHMANN, Márcio; FEITOSA, Cid Olival (org.). Covid-19 e as distinções territoriais em evidência. Maceió: EDUFAL, 2021. E-book (121p.). ISBN 978-65-5624-018-3.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/8125
Data do documento: 2021
Aparece nas coleções:Livros de Economia - EDUFAL

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Covid-19 e as distinções territoriais em evidência.pdf8.78 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.