00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) ICHCA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES Dissertações e Teses defendidas na UFAL - ICHCA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/9053
Tipo: Dissertação
Título: A teoria do “eu” como feixe em Hume e Parfit: identidade pessoal e considerações Morais
Título(s) alternativo(s): Bundle theory in Hume and Parfit: personal identity and moral considerations
Autor(es): Dantas, Rodrigo Calheiros
Primeiro Orientador: Meireles, Cristina Amaro Viana
metadata.dc.contributor.referee1: Zimmermann, Flávio Miguel de Oliveira
metadata.dc.contributor.referee2: Sievers, Juliele Maria
Resumo: Este trabalho investiga as teorias do “eu” como feixe de David Hume, de Derek Parfit e suas críticas ao conceito de identidade pessoal. No Tratado da Natureza Humana, Hume destaca os problemas do conceito de identidade pessoal na sessão Da identidade pessoal e em seu famoso Anexo nos diz que se trata de um problema insolúvel. Destacamos nesse trabalho seu pensamento cético e suas críticas a John Locke, filósofo que defendeu a identidade pessoal como a manutenção das mesmas memórias. Os estudos de Hume sobre a causalidade, experiência, insuficiência das memórias e ceticismo nos ajudam a compreender sua conclusão de que o “eu” é um feixe de percepções. Curiosamente, Hume afirma também no Tratado da natureza humana que o “eu” idêntico é objeto de sentimentos morais, o que nos aponta uma certa mitigação de seu ceticismo sobre a identidade pessoal e uma cisão entre sua filosofia crítica e cética em relação a sua filosofia moral ao analisar o “eu”. Analisamos também nesse trabalho a teoria do “eu” como feixe na filosofia de Parfit, em seu livro Reasons and Persons que traz algumas críticas semelhantes às de Hume sobre a identidade dos corpos (critério físico) e a identidade vinda da memória, ou da mente (critério psicológico). Além disso, ainda que Parfit se aproxime de Locke quanto ao uso de experimentos mentais, ele mostra a insuficiência da memória para explicar a identidade pessoal. Tal crítica parece semelhante à crítica humeana. Defendemos que as semelhanças nas críticas de Parfit e Hume aconteçam por ambos compartilharem a conclusão de que a identidade pessoal é uma ficção e por ambos também concordarem que a mente humana seja análoga a uma nação que se altera com o tempo, mas permanece a mesma. De acordo com Parfit, uma pessoa poderia ser explicada como “eus” sucessivos ao longo do tempo sem com isso pressupormos a identidade pessoal para definirmos a sobrevivência e relações morais entre as pessoas. Esses “eus” sucessivos podem aceitar fissões e fusões em casos especiais como em seus “casos enigmáticos”. Apesar de criticados, seus “casos enigmáticos” implicam que nenhum critério resolveria os problemas no conceito de identidade pessoal fazendo-nos chegar à conclusão de que a identidade pessoal não é o que importa para explicar a sobrevivência de pessoas e para a moral; o que leva Parfit a substituir o conceito de identidade pessoal pela relação R (conectividade e/ou continuidade psicológica). Defendemos que Hume fez uma cisão entre sua filosofia crítica e cética em que a identidade pessoal é um problema insolúvel e a vida comum em que o “eu” idêntico é afirmado por uma tendência natural e é objeto de sentimentos morais. Em Parfit a relação entre suas críticas à identidade pesssoal e vida comum aparecem de forma mais homogênia em sua filosofia e apontam para uma modificação na maneira como deveríamos justificar razões práticas e como devemos fundamentar uma teoria ética a partir da constatação de que a identidade pessoal não é o que importa.
Abstract: This work investigates the bundle theories of the self of David Hume, Derek Parfit and their critiques of the concept of personal identity. In the Treatise of human nature, Hume highlights the problems of the concept of personal identity in the section Of Personal Identity and in his famous Appendix tells us that this is an insoluble problem. In this work, we highlight his skeptical thinking and his criticisms of John Locke, a philosopher who defended personal identity as the maintenance of the same memories. Hume's studies of causality, experience, memory insufficiency, and skepticism help us to understand his conclusion that the self is a bundle of perceptions. Interestingly, Hume also states in the Treatise on Human Nature that the identical self is the object of moral sentiments, which points to a certain mitigation of his skepticism about personal identity and a split between his critical and skeptical philosophy in relation to his philosophy. moral when analyzing the self. We also analyze in this work the theory of the self as a bundle in Parfit's philosophy, in his book Reasons and Persons, which brings some criticisms similar to those of Hume about the identity of bodies (physical criterion) and the identity coming from memory, or from the mind (psychological criteria). Furthermore, although Parfit approaches Locke in the use of thought experiments, he shows the insufficiency of memory to explain personal identity, such a critique seems similar to the Humean critique. We argue that the similarities in Parfit's and Hume's critiques occur because they both share the conclusion that personal identity is a fiction and because both also agree that the human mind is analogous to a nation that changes over time but remains the same. According to Parfit, a person could be explained as successive selves over time without presupposing personal identity to define survival and moral relations between people. These successive selves can accept fissions and fusions in special cases as in their “puzzling cases”. Despite being criticized, their “puzzling cases” imply that no criteria would solve the problems in the concept of personal identity, leading us to the conclusion that personal identity is not what matters in explaining the survival of people and for morals; which leads Parfit to replace the concept of personal identity with the relation R (connectivity and/or psychological continuity). We argue that Hume made a split between his critical and skeptical philosophy in which personal identity is an unsolvable problem and ordinary life in which the identical self is affirmed by a natural tendency and is the object of moral sentiments. In Parfit, the relation between his criticisms of personal identity and common life appear more homogeneously in his philosophy and point to a change in the way we should justify practical reasons and how we should base an ethical theory based on the observation that personal identity does not what matters.
Palavras-chave: Hume, David, 1711-1776
Parfit, Derek, 1942-2017
Identidade pessoal
Moral
Filosofia
Personal Identity
Philosophy
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Citação: DANTAS, Rodrigo Calheiros. A teoria do “eu” como feixe em Hume e Parfit: identidade pessoal e considerações Morais. 2022. 89f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2021.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/9053
Data do documento: 25-nov-2021
Aparece nas coleções:Dissertações e Teses defendidas na UFAL - ICHCA

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
A teoria do “eu” como feixe em Hume e Parfit: identidade pessoal e considerações Morais.pdf1.34 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.