00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) IP - INSTITUTO DE PSICOLOGIA Dissertações e Teses defendidas na UFAL - IP
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/8237
Tipo: Dissertação
Título: Entre mulatas e moreninhas: constituição identitária e processos de autoafirmação de mulheres negras nas redes sociais
Título(s) alternativo(s): Between mulatas and moreninhas: identity constitution and processes of self- assertion of black women in social networks
Autor(es): Silva, Letícia Taynara dos Santos
Primeiro Orientador: Oliveira, Érika Cecília Soares
metadata.dc.contributor.referee1: Alves, Miriam Cristiane
metadata.dc.contributor.referee2: Hüning, Simone Maria
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de compreender os processos de reconhecimento e autoafirmação das negritudes de jovens mulheres negras alagoanas que utilizam o Instagram para abordar assuntos relacionados às suas vivências. Esse aplicativo de rede social é pensado e entendido enquanto um dispositivo de difusão e articulação de vozes e de escrita que ecoam através da Internet, alcançando pessoas e chegando em espaços que nem sempre o discurso acadêmico consegue chegar. Para isso, a pesquisa será embasada pelas teorias feministas subalternas e contracoloniais, considerando o caráter não hegemônico e não universal do feminismo e localizando geopoliticamente esta pesquisa, situada ao sul global, num país terceiro-mundista, no nordeste brasileiro e no estado de Alagoas. Como complemento e suplemento do arcabouço teórico que orienta o estudo, as teorias e práticas contracoloniais foram utilizadas no intuito de fornecer solo fértil para se pensar em como o projeto moderno/colonial, através de estratégias de dominação e violência, moldou e dilacerou vidas e subjetividades de sujeitas(os) negras(os), a ponto de fazer com que estas(es) se afastassem ou negassem completamente suas negritudes. Os objetivos específicos debruçam-se sobre a história de vida dessas mulheres e as experiências subjetivadas por elas desde antes do Instagram, como também a partir dele. Desse modo, pretende-se identificar e problematizar a intersecção de aspectos relativos à raça, classe e gênero nas experiências trazidas, bem como compreender de que forma as ferramentas disponíveis no Instagram são utilizadas por elas para elucidar as pautas de gênero e identidade. A metodologia foi pensada a partir das Conversações Afroafetivas, uma perspectiva metodológica pensada a partir de autoras negras para mulheres negras. Este termo foi influenciado pela ferramenta de ensino conversação, defendida pela autora bell hooks. Essa perspectiva entende o conhecimento enquanto construção coletiva a partir das experiências cotidianas, sem hierarquias, sem posições de objeto e sujeito. Cinco mulheres negras ciberativistas foram coautoras deste trabalho. Essas mulheres são alagoanas, maiores de dezoito anos, ativas nas redes sociais, mais precisamente no Instagram, e falam abertamente sobre pautas relacionadas às identidades negras, interseccionando o viés de gênero ao de raça e classe, entre outros que foram identificados no decorrer da pesquisa. Foram realizadas Conversações Afroafetivas com cada uma delas através de vídeochamadas, que tiveram os áudios gravados. Posteriormente à análise, foram realizadas outras conversações, denominadas de conversações devolutivas, no intuito de mostrar para elas o que foi feito e pedir sugestões para possíveis mudanças. A análise foi realizada a partir de autoras negras preocupadas com a construção de linguagens contra-hegemonicas, como por exemplo, bell hooks. A autora entende uma possibilidade de análise do discurso contra-hegemônica, um tipo de análise consiste em criar um espaço que proporcione o ouvir sem dominar. Essa perspectiva não se propõe conquistar a narrativa como um todo, mas sim conhecer e elucidar seus fragmentos. Estes, são entendidos enquanto falas contra-hegemônicas que se opõem à língua hegemônica-opressora e criam possibilidades de libertação para as/os subjugadas/os.
Abstract: This study aims to understand the processes of recognition and self-assertion of blackness of black women from Alagoas who use Instagram to address issues related to their identities. This social media application is designed and understood as a device for the dissemination and articulation of voices and writing that echo through the internet, reaching people and going to spaces that academic discourse cannot always reach. For this, the research will be based on subaltern and decolonial feminist theories, considering the non-hegemonic and non-universal character of feminism and geopolitically locating this research, located in the global south, in a third-world country, in the Brazilian Northeast and in the state of Alagoas. As a complemente and supplement to the theoretical framework that guides the study, decolonial theories and practices were used in order to provide fertile soil to think about how the modern/colonial project, through strategies of domination and violence, shaped and tore lives and subjectivities of black subjects, to the point of making them move away or completely deny their blackness. On the other hand, it is from the recognition and denial of coloniality that one can think of the subversion of stereotypes and prejudices related to gender and race. The specific objectives focus on the life story of these women and the experiences that they have subjected since before Instagram, as well as from it. Thus, it is intended to identify and problematize the intersection of aspects related to race, class and gender in the experiences brought, as well as to understand how the tools available on Instagram are used by them to elucidate the agenda of gender and identity. The methodology was designed from the Afro-affective Conversations, a methodological perspective designed from black authors to black women. This term was influenced by the conversation teaching tool, defended by the author bell hooks This perspective understands knowledge as a collective construction based on everyday experiences, without hierarchies, without object and subject positions. Five black cyberactivist women co-authored this project. These women are from Alagoas, over eighteen, active on social media,more precisely on Instagram, and speak openly about agendas related to black identities, intersecting the gender bias with that of race and class, among others that were identified during the study. Afro-affective Conversations were held with each of them through video calls, which had the audios recorded. After the analysis, other conversations were held, called feedback conversations, in order to show them what had been done and ask for suggestions for possible changes. The analysis was carried out from black women authors concerned with the construction of counter-hegemonic languages, such as bell hooks. The author understands a possibility of counter-hegemonic discourse analysis, a type of analysis consisting in creating a space that provides listening without dominating. This perspective is not intended to conquer the narrative as a whole, but to know and elucidate its fragments. These are understood as counter-hegemonic speeches that oppose the hegemonic-oppressive language and create possibilities of liberation for the subjugated ones.
Palavras-chave: Feminismo – subjugação
Redes sociais
Psicologia social
Contracolonial
Subaltern feminisms
Social media
Intersectionality
Contracolonial
Social psychology
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Citação: SILVA, Letícia Taynara dos Santos. Entre mulatas e moreninhas: constituição identitária e processos de autoafirmação de mulheres negras nas redes sociais. 2021. 154 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2021.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/8237
Data do documento: 27-ago-2021
Aparece nas coleções:Dissertações e Teses defendidas na UFAL - IP



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.