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http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/15831
Tipo: | Dissertação |
Título: | Adoecimento mental das pessoas vítimas da instabilidade do solo nos bairros afetados pela extração de sal-gema, em Maceió, Alagoas |
Autor(es): | Santos, Priscilla Souza dos |
Primeiro Orientador: | Alves, Verônica de Medeiros |
metadata.dc.contributor.referee1: | Lúcio, Ingrid Martins Leite |
metadata.dc.contributor.referee2: | Miasso, Adriana Inocenti |
Resumo: | Em Maceió, Alagoas, Brasil, no ano de 2018, surgiram fraturas no solo e em edifícios nos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro e estudos geológicos apontaram desestabilização das cavidades provenientes da extração de sal-gema, e devido ao risco iminente de afundamento do solo, autoridades competentes iniciaram o processo de realocação dos moradores das áreas de risco. Os impactos de desastres socioambientais podem se apresentar por meio do aumento ou agravamento de casos de transtornos mentais, desalojamento, perda de propriedades e acesso limitado ou prejudicado dos serviços de saúde. Buscou-se identificar a presença de transtornos mentais comuns em pessoas vítimas da instabilidade do solo nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, em Maceió, Alagoas. Estudo misto quanti-qualitativo,realizado com 158 participantes ex-moradores dessas áreas, recrutados por snowball, e auxílio de link na rede social Instagram©, convite e questionário online disponível na plataforma Questionpro©, após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas. Foram utilizados: 1) Questionário de dados sociodemográficos e de saúde, 2) Escala de Depressão Center for Epidemiologic Studies Depression Scale, 3) Escala de ansiedade de Beck, e 4) Questionário de identificação de transtornos mentais comuns, em nível de atenção primária Self Report Questionnaire. A análise ocorreu em duas partes: 1) Adoecimento mental e sua relação com a realocação das pessoas vítimas da instabilidade do solo nos bairros afetados pela extração de sal-gema, e 2) Sentimentos dos ex-moradores mediante as perdas que tiveram devido ao afundamento do solo em seu bairro de residência. Na primeira, analisaram-se as frequências absolutas e percentuais, média, desvio-padrão, mínimo, mediana e máximo, pelos teste de McNemar, razão de prevalência bruta pelo modelo de regressão de Poisson com variância robusta e significância de 5%. A segunda norteou-se por uma pergunta aberta do questionário cujos dados foram analisados pelo software Iramuteq. A maioria dos participantes era adulto, sexo feminino, preta/parda, com elevado nível de escolaridade e relatou piora na renda mensal, saúde física, mental e na forma como veem sua vida após a realocação de suas residências. Houve aumento na demanda por acompanhamento psicológico/psiquiátrico e na presença de ideação suicida. A maioria (87,34%), apresentaram risco para depressão, ansiedade moderada e grave (55,70%) e rastreio positivo para transtornos mentais comuns (77,22%). Após a realocação, segundo os entrevistados, aqueles com maior demanda psiquiátrica e ideação suicida apresentaram maior prevalência para depressão, sintomas de ansiedade grave e rastreio positivo para transtornos mentais comuns. A análise da Classificação Hierárquica Descendente gerou quatro classes semânticas. A classe número 1 se associa a 2. A classe 4 se associa a 1 e 2. E a classe 3 se associa a 1, 2 e 3. Identificou-se uma maior frequência de ST na classe 3 (34,4%), seguidos da classe 1 (27,43%), classe 4 (21,9%) e classe 2 (16,4%). Na Classe 1 estão presentes palavras que descrevem a realocação de suas residências como: morar, ainda, pagar, sentir, bairro. Na Classe 2 estão presentes palavras relacionadas a empresa e aos danos causados por ela como: vida, empresa, maldito, braskem, destruir. Na Classe 4 estão presentes palavras relacionadas às vivências boas em suas residências como: tudo, lar, bom, amigo, saudade, memória. A Classe 3 está relacionada a sentimentos e emoções vivenciados pelos ex-moradores. No Brasil, os desastres ambientais resultantes da exploração de recursos naturais apontam para a necessidade de maior rigor na regulação e monitoramento das empresas e engajamento da sociedade para prevenir e mitigar os impactos negativos sobre a população, incluindo as necessidades de cuidados à saúde física e mental desses ex-moradores, com comprometimento associado à desocupação forçada de suas habitações. |
Abstract: | In Maceió, Alagoas, Brazil, in 2018, fractures appeared in the soil and buildings in the neighborhoods of Pinheiro, Mutange, and Bebedouro. Geological studies indicated destabilization of cavities from salt-gem extraction, and due to the imminent risk of ground subsidence, authorities began the process of relocating residents from the risk areas. The impacts of socio-environmental disasters can manifest through an increase or worsening of mental disorders, displacement, property loss, and limited or impaired access to health services. The study aimed to identify the presence of common mental disorders in individuals affected by ground instability in the neighborhoods of Pinheiro, Mutange, and Bebedouro. This mixed quantitative-qualitative study involved 158 former residents of these areas, recruited through snowball sampling, social media links on Instagram©, invitations, and an online questionnaire available on Questionpro©, after approval by the Ethics Committee of the Federal University of Alagoas. The tools used included: 1) a sociodemographic and health data questionnaire, 2) the Center for Epidemiologic Studies Depression Scale, 3) the Beck Anxiety Scale, and 4) the Self Report Questionnaire for common mental disorders at the primary care level. The analysis was conducted in two parts: 1) mental illness and its relation to the relocation of individuals affected by ground instability in the neighborhoods impacted by salt-gem extraction, and 2) the feelings of former residents regarding the losses they experienced due to the ground subsidence in their former neighborhoods. The first part analyzed absolute and percentage frequencies, mean, standard deviation, minimum, median, and maximum using McNemar’s test, gross prevalence ratios by Poisson regression model with robust variance, and 5% significance. The second part was guided by an open-ended question from the questionnaire, with data analyzed using Iramuteq software.Most participants were adults, female, black/brown, with a high level of education, and reported worsened monthly income, physical health, mental health, and perception of life after relocation. There was an increase in demand for psychological/psychiatric support and presence of suicidal ideation. The majority (87.34%) were at risk for depression, moderate and severe anxiety (55.70%), and screening positive for common mental disorders (77.22%). After relocation, those with higher psychiatric demands and suicidal ideation showed a higher prevalence of depression, severe anxiety symptoms, and positive screening for common mental disorders. The hierarchical descending classification analysis generated four semantic classes. Class 1 is associated with Class 2. Class 4 is associated with Classes 1 and 2. Class 3 is associated with Classes 1, 2, and 3. A higher frequency of common mental disorders was identified in Class 3 (34.4%), followed by Class 1 (27.43%), Class 4 (21.9%), and Class 2 (16.4%).Class 1 contained words describing the relocation of residences such as: live, still, pay, feel, neighborhood. Class 2 included words related to the company and the damage caused by it such as: life, company, cursed, Braskem, destroy. Class 4 featured words related to positive experiences in their residences such as: everything, home, good, friend, nostalgia, memory. Class 3 was associated with feelings and emotions experienced by former residents.In Brazil, environmental disasters resulting from natural resource exploitation highlight the need for stricter regulation and monitoring of companies, as well as increased societal engagement to prevent and mitigate negative impacts on the population, including the physical and mental health needs of these former residents, alongside the commitment associated with their forced eviction. |
Palavras-chave: | Saúde mental Transtornos mentais Desastres ambientais Desastres provocados pelo homem Cuidados de enfermagem Mental Health Mental Disorders Environmental Disasters Man-Made Disasters Nursing Care |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Alagoas |
Sigla da Instituição: | UFAL |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Citação: | SANTOS, Priscilla Souza dos. Adoecimento mental das pessoas vítimas da instabilidade do solo nos bairros afetados pela extração de sal-gema, em Maceió, Alagoas. 2025. 74 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Programa de pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem. Maceió, 2024. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/15831 |
Data do documento: | 19-jul-2024 |
Aparece nas coleções: | Dissertações e Teses defendidas na UFAL - EENF |
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