00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) IP - INSTITUTO DE PSICOLOGIA Dissertações e Teses defendidas na UFAL - IP
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Tipo: Dissertação
Título: Vivências de trabalhadoras/es da rede de proteção sobre a violência familiar contra crianças e adolescentes
Título(s) alternativo(s): Experiences of workers of the protection network on the family violence against children and adolescents
Autor(es): Silva, Camila Balbina da
Primeiro Orientador: Mesquita, Marcos Ribeiro
metadata.dc.contributor.referee1: Souza, Tatiana Machiavelli Carmo
metadata.dc.contributor.referee2: Oliveira, Érika Cecília Soares
Resumo: A violência familiar contra crianças e adolescentes é um problema social e de saúde complexo, multifatorial e que produz efeitos nocivos à infância e à adolescência. Esse fenômeno tem atingido um número cada vez maior de famílias. Pesquisas indicam que no Brasil, nos anos de 2020 e 2021, esse tipo de violência atingiu o número de mais de 50 mil denúncias apenas no primeiro semestre, e desse total, mais de 81% ocorreram dentro da própria casa. Em Alagoas, essa realidade não é diferente, nos anos de 2017 a 2020, foram registrados mais de 1.900 casos de violação a esse público, sendo o ano de 2020 marcado pela baixa dos índices por causa da subnotificação em decorrência do isolamento social imposto pela pandemia do Covid-19. Desde a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, medidas têm sido tomadas para combater essa violência. Formou-se uma rede de proteção a essas crianças e adolescentes constituída por diversas políticas ligadas a Assistência Social, Saúde, Educação e instituições como Conselho Tutelar, Unidades de Acolhimento, dentre outras. Essas políticas são empreendidas por trabalhadoras que estão constantemente tentando se articular entre si para realizar a intersetorialidade e garantir a dignidade de crianças e adolescentes por meio do serviço de proteção integral. Acreditando que a violência familiar é um problema social que acarreta a vida de muitas crianças e adolescentes de famílias brasileiras, este trabalho discutiu as vivências de trabalhadoras que fazem parte da rede de proteção a esse público, buscando acessar como elas compreendem essa rede, a efetividade da mesma, as potencialidades e as fragilidades que interferem em seu trabalho no dia a dia, bem como o significado da própria violência dentro de seu território. Esta pesquisa desenvolveu-se na cidade de Roteiro, um município pequeno localizado no interior da capital alagoana e contou com a co-participação de oito profissionais que trabalham em diversos setores como Cras, Creas, Unidades Básicas de Saúde, Escolas e Conselho Tutelar. Esta investigação trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como procedimento metodológico, a utilização do diário de campo, de entrevistas semiestruturadas e das histórias ficcionais contadas a partir de minhas vivências como trabalhadora do Suas. Utilizamos a interseccionalidade como ferramenta para analisar as intersecções que cruzam as vivências de pessoas e famílias atendidas por essa rede e como isso afeta o dia a dia das profissionais que estão constantemente enfrentando os desafios de lidar com essa violência. A partir das produções de conhecimento dessa pesquisa, foi possível observar que a violência familiar contra crianças e adolescentes ainda é um fenômeno normalizado na cultura de muitas famílias, que a intersetorialidade ainda é uma prática que precisa ser entendida pelos gestores municipais e consequentemente executada pelas trabalhadoras, que as mesmas não possuem vínculos trabalhistas seguros podendo serem demitidas a qualquer momento e que lidam diariamente com as condições de trabalho que fragilizam a oferta de seus serviços, como equipes reduzidas e acúmulo de atividades. Por fim, é importante ressaltar a necessidade da valorização de trabalhadoras da rede de proteção a crianças e adolescentes, sejam elas do Suas, Educação, Saúde ou qualquer outra instituição que oferte esse serviço, bem como, a necessidade de se discutir ainda mais as relações de trabalhadoras, seus vínculos empregatícios, condições de trabalho, dentre outros para assim compreender os desafios que cercam problemáticas como a violência familiar contra crianças e adolescentes.
Abstract: Family violence against children and adolescents is a complex, multifactorial social and health problem that has harmful effects on childhood and adolescence. This phenomenon has affected an increasing number of families. Research indicates that in Brazil, in the years 2020 and 2021, this type of violence reached the number of more than 50,000 complaints in the first semester alone, and of this total, more than 81% occurred inside the home. In Alagoas, this reality is no different, in the years 2017 to 2020, there were more than 1,900 cases of violation of this public, with the year 2020 being marked by low rates due to underreporting due to social isolation. Since the enactment of the Child and Adolescent Statute – ECA, measures have been taken to combat this violence. A protection network was formed for these children and adolescents, consisting of various policies related to Social Assistance, Health, Education and institutions such as the Guardianship Council, Shelter Units, among others. These policies are undertaken by workers who are constantly trying to articulate with each other to achieve intersectoriality and guarantee the dignity of children and adolescents through the integral protection service. Believing that family violence is a social problem that affects the lives of many children and adolescents from Brazilian families, this work intends to discuss the experiences of workers who are part of the protection network for this public, seeking to access how they understand this network, the effectiveness, the strengths and weaknesses that interfere with their day-today work, as well as the meaning of violence within their territory. This research was developed in the city of Roteiro, a small municipality located in the interior of the Alagoas capital and had the co-participation of eight professionals who work in various sectors such as Cras, Creas, Basic Health Units, Schools and Guardianship Council. This investigation is a qualitative research that had as a methodological procedure, the use of the field diary, semi-structured interviews and fictional stories told from my experiences as a worker at Suas. We use intersectionality as a tool to analyze the intersections that cross the experiences of people and families served by this network and how this affects the daily lives of professionals who are constantly facing the challenges of dealing with this violence. From the knowledge productions of this research, it was possible to observe that family violence against children and adolescents is still a normalized phenomenon in the culture of many families, that intersectoriality is still a practice that needs to be understood by municipal managers and consequently carried out by workers. , that they do not have secure employment relationships and can be fired at any time and that they deal daily with working conditions that weaken the offer of their services, such as reduced teams and accumulation of activities. Finally, it is important to emphasize the need to value workers in the protection network for children and adolescents, whether they are from Sua, Education, Health or any other institution that offers this service, as well as the need to further discuss the relationships of workers, their employment relationships, working conditions, among others, in order to understand the challenges that surround problems such as family violence against children and adolescents.
Palavras-chave: Violência doméstica
Política pública
Redes de proteção - Crianças – Adolescentes
Interseccionalidade
Children and adolescents
Family violence
Public policies
Protection network
Intersectoriality
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Citação: SILVA, Camila Balbina da. Vivências de trabalhadoras/es da rede de proteção sobre a violência familiar contra crianças e adolescentes. 2023. 140 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Instituto de Psicologia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2022.
Tipo de Acesso: Acesso Embargado
URI: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/11138
Data do documento: 12-abr-2022
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