00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) EENF - ESCOLA DE ENFERMAGEM Dissertações e Teses defendidas na UFAL - EENF
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/riufal/5545
Tipo: Dissertação
Título: Caracterização do cuidado obstétrico em hospitais de ensino de alto risco: um estudo de coorte retrospectivo
Título(s) alternativo(s): Characterization of obstetric care in high-risk teaching hospitals: a retrospective course study
Autor(es): Oliveira, Larissa Lages Ferrer de
Primeiro Orientador: Trindade, Ruth França Cizino da
metadata.dc.contributor.referee1: Santos, Amuzza Pereira dos
metadata.dc.contributor.referee2: Almeida, Mariza Silva
Resumo: Objetivo: analisar o cuidado obstétrico em hospitais de ensino da cidade de Maceió destinados à assistência a gestações de alto risco. Método: estudo epidemiológico observacional caracterizado como coorte retrospectivo realizado com 291 mulheres que receberam assistência ao parto vaginal, cesárea ou processo de abortamento nos hospitais de ensino selecionados como cenário desta pesquisa. A coleta dos dados ocorreu entre os meses de junho e novembro de 2018, por meio de um formulário de entrevista contendo questões que permitiram a caracterização sociodemográfica e obstétrica das mulheres entrevistadas, bem como a análise da assistência fornecida à estas mulheres e sua relação com a violência obstétrica, sendo a estatística descritiva e analítica base para a interpretação dos dados. Resultado: quanto a modalidade da internação hospitalar, 69,8% das mulheres entrevistadas foram submetidas à cesárea, 29,5% das mulheres vivenciaram o parto vaginal e apenas 0,7% estavam internadas em decorrência da assistência ao processo de abortamento. No que se refere a caracterização da assistência obstétrica: 18,9% não se sentiram à vontade para expor queixas ou dúvidas; 16,5% tiveram mãos, braços ou pernas amarrados; 13,1% não conseguiram compreender as informações que receberam; 10,3% não se sentiram seguras diante do cuidado recebido; 9,6% não receberam informações acerca dos procedimentos desenvolvidos pelos profissionais de saúde; 7,9% não sentiram-se acolhidas e/ou apoiadas; 4,5% acreditam que não tiveram a privacidade respeitada; 4,5% vivenciaram procedimentos não consentidos; 4,1% não permanecerem com acompanhantes de sua escolha; 4,1% receberam gritos durante a assistência e 3,1% foram solicitadas a parar de chorar ou gritar. Com relação às mulheres que receberem assistência ao trabalho de parto, observou-se que 72,1% delas não se alimentaram; a 54,4% não foram ofertados métodos não farmacológicos para o alívio da dor; 46,3% não ingeriram líquidos; 32,0% foram submetidas a toques vaginais consecutivos por pessoas distintas; 31,3% receberam ocitocina sintética por meio de acesso venoso; 28,6% foram submetidas à amniotomia; 21,8% não tiveram liberdade para deambular e/ou mudar de posição; 6,1% foram submetidas tricotomia e 4,8% foram submetidas à lavagem gástrica. Quanto à assistência ao período expulsivo, 91,9% das mulheres pariram em posições não supinas; 72,1% receberam indução de puxos; 15,1% foram submetidas à episiotomia e 5,8% à Manobra de Kristeller. No que se refere à assistência recebida por mulheres e recém-nascidos no pós-parto (partos vaginais e cesáreas), em 56,4% não houve estímulo ao aleitamento na primeira hora de vida do recémnascido; em 47,8% os binômios não estabeleceram contato pele a pele com a mãe; em 39,8% não houve clampeamento tardio de cordão umbilical e 38,8% a mulher não pôde permanecer com seu filho(a). Conclusão: a caracterização da assistência fornecida pelos hospitais de ensino traduz-se em violência obstétrica quanto violência institucional e de gênero, distanciando-se dos princípios da maternidade segura e autonomia da mulher e família.
Abstract: Objective: to analyze obstetric care in teaching hospitals in the city of Maceió for the care of high-risk pregnancies. Method: an observational epidemiological study characterized as a retrospective cohort performed with 291 women who received assistance with vaginal delivery, cesarean section or abortion process in selected hospitals as the setting for this study. Data collection took place between June and November 2018, through an interview form containing questions that allowed the sociodemographic and obstetric characterization of the interviewed women, as well as the analysis of the assistance provided to these women and their relationship with the obstetric violence, the descriptive and analytical statistics being the basis for the interpretation of the data. Results: 69.8% of the interviewed women were submitted to cesarean section, 29.5% of the women experienced vaginal delivery, and only 0.7% were hospitalized as a result of abortion care. Regarding the characterization of obstetric care: 18.9% did not feel comfortable to present complaints or doubts; 16.5% had hands, arms or legs tied; 13.1% failed to understand the information they received; 10.3% did not feel safe before the care received; 9.6% did not receive information about the procedures developed by health professionals; 7.9% did not feel welcomed and / or supported; 4.5% believe they did not have privacy respected; 4.5% experienced non-consented procedures; 4.1% do not stay with companions of their choice; 4.1% were cried during the care and 3.1% were asked to stop crying or screaming. With respect to women receiving labor assistance, it was observed that 72.1% of them did not feed; to 54.4% were not offered non-pharmacological methods for pain relief; 46.3% did not ingest liquids; 32.0% were submitted to consecutive vaginal touches by different people; 31.3% received synthetic oxytocin through venous access; 28.6% underwent amniotomy; 21.8% were not free to wander and / or change positions; 6.1% underwent trichotomy and 4.8% underwent gastric lavage. Regarding the assistance to the expulsion period, 91.9% of the women gave birth in non-supine positions; 72.1% received induction of pulls; 15.1% were submitted to episiotomy and 5.8% to the Kristeller Maneuver. Regarding the care received by postpartum women and newborns (vaginal deliveries and cesarean deliveries), in 56.4% there was no encouragement to breastfeed in the first hour of life of the newborn; in 47.8% the binomials did not establish skin-to-skin contact with the mother; in 39.8% there was no late clamping of the umbilical Cord and 38.8% the woman could not remain with her child. Conclusion: the characterization of the assistance provided by the teaching hospitals translates into obstetric violence as institutional and gender violence, distancing itself from the principles of safe motherhood and autonomy of women and the family.
Palavras-chave: Violência contra a mulher
Obstetrícia
Humanização da assistência
Enfermagem obstrética
Violence Against Women
Obstetrics
Humanization of Assistance
Obstetric Nursing
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Citação: OLIVEIRA, Larissa Lages Ferrer de. Caracterização do cuidado obstétrico em hospitais de ensino de alto risco: um estudo de coorte retrospectivo. 2019. 70 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem e Farmácia, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2019.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/5545
Data do documento: 22-abr-2019
Aparece nas coleções:Dissertações e Teses defendidas na UFAL - EENF

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Caracterização do cuidado obstétrico em hospitais de ensino de alto risco_ um estudo de coorte retrospectivo.pdfCaracterização do cuidado obstétrico em hospitais de ensino de alto risco: um estudo de coorte retrospectivo1.51 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.