00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) FSSO - FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL Dissertações e Teses defendidas na UFAL - FSSO
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Tipo: Dissertação
Título: “Na saúde e na doença até que a morte os separe”: trabalho e saúde nos tempos do capital
Autor(es): Camilo, Diany Ibrahim de Souza
Primeiro Orientador: Souza, Reivan Marinho de
metadata.dc.contributor.referee1: Santos, Edlene Pimentel
metadata.dc.contributor.referee2: Torres, Maria Adriana da Silva
Resumo: O presente estudo analisa a problemática da saúde relacionada às condições de trabalho e de reprodução dos trabalhadores, identificando as principais enfermidades e suas manifestações nas diferentes formações sociais, em particular aquelas produzidas no capitalismo. Recupera-se a base da produção material e das doenças desde a comunidade primitiva até o capitalismo contemporâneo, visando desvelar a relação que se constitui entre trabalho e doença e suas determinações na sociedade capitalista. A pesquisa desenvolvida é de natureza bibliográfica e tem como referência teórica de análise a perspectiva marxiana. Verifica-se que nas sociedades precedentes os homens conviveram com diferentes doenças, dentre elas, as pestes que contribuíram para dizimar populações. Pelo precário desenvolvimento das forças produtivas, tais sociedades não conseguiam controlar as enfermidades; as tentativas de controle não surtiam efeito, em sua maioria, pelo desconhecimento científico dos agentes causadores dessas enfermidades. Em tais sociedades, o surgimento e a proliferação das doenças eram associados às causas de ordem transcendental, religiosa ou mítica. Já no capitalismo, no decorrer do século XIX, com as transformações ocorridas nos métodos de trabalho, no processo de industrialização, as causas das doenças foram reveladas a partir das descobertas científicas. Em contrapartida, as precárias condições de trabalho e de vida levaram ao desenvolvimento e à disseminação de várias formas de adoecimento, haja vista a intensa jornada de trabalho dos operários que se materializou desde a fase concorrencial até a idade dos monopólios. Permeado por contradições, o sistema do capital, ao tempo que possibilitou, pelo desenvolvimento das forças produtivas e da ciência, condições para eliminar diversas doenças em curso, manteve formas adoecedoras porque seu objetivo não é dizimá-las, mas tão só amenizar suas consequências sociais. Na reestruturação produtiva contemporânea, as doenças sócio-ocupacionais adquirem uma configuração diferenciada, pois se mantêm as doenças de natureza física e ampliam-se os transtornos mentais, diretamente relacionados às alterações tecnológicas e à intensa exploração do trabalho. Identificam-se formas mais sutis de controle do capital que evidenciam a autonomia do trabalho e mascaram a necessidade de se ampliar a extração do trabalho excedente. Quanto ao Estado, torna-se nítida sua função de complementaridade à reprodução do capital, patente no complexo de instâncias lucrativas como a indústria farmacêutica, os planos privados de saúde, as empresas de equipamentos e os diversos serviços que constituem o complexo médico-industrial. Por fim, constatamos que na dinâmica do desenvolvimento capitalista, os trabalhadores estão subsumidos à exploração e à precarização do trabalho, cuja lógica produz uma diversidade de adoecimentos que atingem integralmente sua reprodução, controláveis parcialmente pelo sistema sociometabólico do capital.
Abstract: The present study analyzes the problem of illness related to work conditions, identifying the main diseases and their manifestations in different social formations, particularly those produced under capitalism. We take up the basis of material production and of community's disease up to the early modern capitalism, aiming to unveil the relationship between work and illness and its determinations in capitalist society.The research is undertaken by an analizyses of the literature and has become a reference theoretical of the Marxian perspective. It appears that in earlier societies men lived with different diseases, among them, the pests that contributed to decimate populations. By the poor development of productive forces, these comunities could not control the diseases involved, and attempts of control had no effect in most cases because of the scientific ignorance of the causative agents of these diseases. In these societies, the spreading of disease was associated with transcendental, religious and mythical causes. however in capitalism, during the nineteenth century, with the changes ocurring in the working methods and in the process of industrialization, gradually the causative agents of disease were revealed by the scientific discovery. In contrast, poor living conditions of workers led to the development and spreading of many diseases, considering the intense work day that happened from the competitive stage until the age of monopolies. permeated by contradictions, the capitalist system at the same time that allowed the development of productive forces and science, and was able to eliminate several diseases in the course, kept unsanitary conditions because their goal is not to decimate the disease just mitigate its social consequences. In the contemporary restructuring of production, socio-occupational diseases acquire a different setting because it keeps physical diseases and increase mental illnesses that are directly related to technological change and intense exploitation of labor. are identified more subtle forms of capital controls that emphasize the work autonomy and masks the need to expand the extraction of surplus labor. as for the state, it becomes clear its function complementary to the reproduction of capital, as reflected in complex instances lucrative as the pharmaceutical industry, private health plans, equipment companies and the various services that make up the medical-industrial complex. Finally,in the dynamic development of capitalism, workers are found subsumed by exploitation and casualization of labor, whose logic produces a variety of illnesses that affect their reproduction entirely, controled partly by the socio-metabolic system of the capital.
Palavras-chave: Trabalho
Saúde - Condições de trabalho
Doenças sócio-ocupacionais
Capitalismo
Labor
Health
Social and occupational diseases
Capitalism
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Citação: CAMILO, Diany Ibrahim de Souza. “Na saúde e na doença até que a morte os separe”: trabalho e saúde nos tempos do capital. 2012. 129 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Faculdade de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2012.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/2286
Data do documento: 18-out-2012
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