Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/16082
Tipo: | Tese |
Título: | Saúde mental de mulheres quilombolas segundo categorias de (in)segurança alimentar: estudo de base populacional no estado de Alagoas |
Título(s) alternativo(s): | Mental health of quilombola women according to food (in)security categories: a population-based study in the state of Alagoas |
Autor(es): | Barbosa, Rosália de Lima |
Primeiro Orientador: | Ferreira, Haroldo da Silva |
metadata.dc.contributor.referee1: | Araujo, Gustavo Gomes de |
metadata.dc.contributor.referee2: | Duzzioni, Marcelo |
metadata.dc.contributor.referee3: | Albuquerque, Maria Cicera dos Santos de |
metadata.dc.contributor.referee4: | Camargo, Climene Laura de |
Resumo: | As Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQs) representam não apenas um patrimônio histórico de resistência, mas também locais de expressiva vulnerabilidade social e econômica. Essa marginalização histórica perpetua ciclos de pobreza e exclusão, que se manifestam em condições como a Insegurança Alimentar (IA), um grave problema de saúde pública no Brasil. A IA, fortemente associada à pobreza e desigualdades sociais, afeta especialmente as mulheres, devido ao seu papel central no sustento alimentar da família, sendo plausível supor que represente um fator de risco para o desencadeamento de Transtornos Mentais Comuns (TMCs), que incluem distúrbios como depressão e ansiedade, frequentemente acompanhados por sintomas somatoformes. O presente estudo teve como objetivo investigar a associação entre a IA e os TMCs em mulheres quilombolas do estado de Alagoas. Para alcançar o objetivo proposto, os resultados foram organizados e apresentados em um artigo original, derivado de um estudo transversal do tipo inquérito domiciliar. A classificação das mulheres em relação à ocorrência de TMCs foi realizada utilizando o instrumento de rastreamento SelfReporting Questionnaire (SRQ-20) e da situação de IA através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O artigo, intitulado “Saúde mental de mulheres quilombolas do estado de Alagoas segundo a condição de (in)segurança alimentar” investigou a associação entre a Insegurança Alimentar (IA) e os TMCs na população quilombola do estado. Contou com uma amostra de 1.801 mulheres. A prevalência global de TMCs neste estudo foi de 40,7% e a prevalência de IA foi de 72,3%. Considerando as situações de Segurança Alimentar (SA), IA leve, IA moderada e IA grave, as prevalências de TMCs foram, respectivamente, 18,6%, 36,7%, 51,2% e 73,1%. Após a análise de regressão de Poisson com ajuste robusto da variância, segundo modelo teórico hierarquizado, a prevalência de TMCs apresentou-se independentemente associada à IA moderada + grave (RP = 1,85; IC95% 1,65 – 2,07). Os demais fatores associados aos TMCs foram: ter mais de 35 anos (RP = 1,28; IC95% 1,13 – 1,45), possuir até oito anos de escolaridade (RP = 1,23; IC95% 1,05 – 1,44), fazer uso de tabaco (RP = 1,32; IC95% 1,12 – 1,56), consumir bebida alcoólica (RP = 1,37; IC95% 1,16 – 1,62) e ter tido problemas de saúde nos últimos 15 dias anterior à entrevista (RP = 1,47; IC95% 1,32 – 1,63). Os resultados deste estudo evidenciam uma alta prevalência de TMC entre as mulheres quilombolas de Alagoas, refletindo uma situação de alta vulnerabilidade social. Este cenário ressalta a necessidade urgente de implementar políticas públicas que atendam às especificidades dessa população. Em um estado que se caracteriza por apresentar, em relação aos demais, os piores indicadores socioeconômicos do Brasil, as mulheres quilombolas enfrentam situações de iniquidades particularmente graves e inaceitáveis. É crucial, portanto, implementar ações específicas e efetivas para promover a qualidade de vida e a saúde mental desses povos. |
Abstract: | The Remnant Quilombola Communities (RQCs) represent not only a historical heritage of resistance but also places of significant social and economic vulnerability. This historical marginalization perpetuates cycles of poverty and exclusion, manifested in conditions such as Food Insecurity (FI), a serious public health issue in Brazil. FI, strongly associated with poverty and social inequalities, particularly affects women due to their central role in family food provision, making it plausible to consider it a risk factor for the onset of Common Mental Disorders (CMDs), which include disorders like depression and anxiety, often accompanied by somatoform symptoms. This study aimed to investigate the association between FI and CMDs among quilombola women in the state of Alagoas. To achieve this objective, the results were organized and presented in an original article derived from a cross-sectional household survey. Women's classification regarding the occurrence of CMDs was performed using the SelfReporting Questionnaire (SRQ-20), and FI status was assessed using the Brazilian Scale of Food Insecurity (EBIA). The article, titled "Mental Health of Quilombola Women in the State of Alagoas according to (in)security food condition," investigated the association between Food Insecurity (FI) and CMDs in the quilombola population of the state. It involved a sample of 1,801 women. The overall prevalence of CMDs in this study was 40.7%, and the prevalence of FI was 72.3%. Considering situations of Food Security (FS), mild FI, moderate FI, and severe FI, the prevalences of CMDs were 18.6%, 36.7%, 51.2%, and 73.1%, respectively. After Poisson regression analysis with robust variance adjustment, according to a hierarchical theoretical model, the prevalence of CMDs was independently associated with moderate + severe FI (PR = 1.85; 95% CI 1.65 – 2.07). Other factors associated with CMDs were: being over 35 years old (PR = 1.28; 95% CI 1.13 – 1.45), having up to eight years of education (PR = 1.23; 95% CI 1.05 – 1.44), tobacco use (PR = 1.32; 95% CI 1.12 – 1.56), alcohol consumption (PR = 1.37; 95% CI 1.16 – 1.62), and experiencing health problems in the 15 days prior to the interview (PR = 1.47; 95% CI 1.32 – 1.63). The results of this study highlight a high prevalence of CMDs among quilombola women in Alagoas, reflecting a situation of high social vulnerability. This scenario underscores the urgent need to implement public policies that address the specific needs of this population. In a state characterized by having the worst socioeconomic indicators in Brazil compared to others, quilombola women face particularly severe and unacceptable inequities. It is crucial, therefore, to implement specific and effective actions to promote the quality of life and mental health of these peoples. |
Palavras-chave: | Transtornos mentais Insegurança alimentar Saúde mental Quilombolas - Alagoas Epidemiologia Mental Disorders Food Insecurity Mental Health Quilombola Communities Epidemiology |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Alagoas |
Sigla da Instituição: | UFAL |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Citação: | BARBOSA, Rosália de Lima. Saúde mental de mulheres quilombolas segundo categorias de (in)segurança alimentar: estudo de base populacional no estado de Alagoas. 2025. 117 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2024. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/16082 |
Data do documento: | 28-ago-2024 |
Aparece nas coleções: | Dissertações e Teses defendidas na UFAL - ICBS |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Saúde mental de mulheres quilombolas segundo categorias de (in)segurança alimentar_estudo de base populacional no estado de Alagoas.pdf | Saúde mental de mulheres quilombolas segundo categorias de (in)segurança alimentar: estudo de base populacional no estado de Alagoas | 6.21 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.