Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/14262
Tipo: | Tese |
Título: | Cota não é esmola! Existências e resistências negras diante da obrigatoriedade de implementação da política de cotas raciais na pós-graduação da UFAL |
Autor(es): | Silva, Fabson Calixto da |
Primeiro Orientador: | Prado, Edna Cristina do |
metadata.dc.contributor.referee1: | Anjos, Cleriston Izidro dos |
metadata.dc.contributor.referee2: | Santos, Inalda Maria dos |
metadata.dc.contributor.referee3: | Silva, Camila Ferreira da |
metadata.dc.contributor.referee4: | Franco, Nanci Helena Rebouças |
Resumo: | Esta tese tem por objetivo analisar como a determinação de obrigatoriedade das cotas raciais na pós-graduação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) tem contribuído para revelar e identificar práticas orientadas pelo racismo. Para tanto, as cotas raciais são apreendidas como ferramenta política e epistêmica para as correções de ações e concepções excludentes baseadas no critério racial. A adoção das cotas raciais se deve pela obrigatoriedade de implementação da Política de Ações Afirmativas (PAA) aprovada por meio da Resolução nº 86/2018 (CONSUNI/UFAL), fruto da indagação e reivindicação do Movimento Negro (Instituto do Negro de Alagoas). Destoando do Ocidente e sua produção científica hegemônica, este trabalho fundamenta-se em três perspectivas negra-africana-referenciadas e insurgentes: a teoria da afrocentricidade (Asante, 2009, 2014, 2016, 2019; Mazama, 2009; Nascimento, 2009; Rabaka, 2009), a decolonialidade ou giro decolonial (Ballestrin, 2013; Grosfoguel, 2016; Quijano, 2005, 2009; Mignolo, 2008) e os estudos críticos da branquitude (Bento, 2002, 2014, 2022; Cardoso, 2008; Silva, 2017). Esta investigação se sustenta, também, pelo uso de autoras e autores negros e antirracistas, que pautam em sua produção científica e atuação política a denúncia do racismo, o debate sobre a raça, racialidade, a identidade negra, o corpo negro, a educação das relações étnico-raciais e as disputas em torno da constituição e execução das cotas raciais na universidade: Almeida (2018), Carvalho (2003; 2009), Gomes (2005), Gomes (2003, 2008, 2009, 2012, 2017); Kilomba (2019); Munanga (2001, 2004, 2008, 2012) e Silva (2003). O recorte temporal da pesquisa é o período compreendido entre 2019 e 2022. A abordagem usada é a pesquisa qualitativa, por meio do estudo de caso. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dois grupos diferentes: os elaboradores da política de cotas – a Comissão Pós Cotas/UFAL e os implementadores – três professores que nos primeiros anos de execução da política, participaram da Comissão de Seleção discente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), do Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS). Os dados foram tratados e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo de Bardin (1997). Os resultados mostraram que existe um descompromisso institucional da universidade em aplicar de forma eficiente as cotas raciais para que as demandas negras pautadas na Resolução sejam atendidas. Já os entendimentos, as impressões e os posicionamentos dos participantes evidenciaram tensões em torno da elaboração e aplicação das cotas raciais frente à estrutura brancocêntrica e a hegemonia do pensamento colonial que estrutura a academia e a pós-graduação. |
Abstract: | This thesis aims to analyze how the mandatory racial quota policy implemented in postgraduate programs at Federal University of Alagoas (UFAL) has contributed to disclosing racially biased practices. On that account, racial quotas are understood as a political and epistemic tool that rectifies excluding actions or conceptions based on racial criteria. The implementation of racial quotas was a result of the Affirmative Action Policy (PAA) approved through Resolution no. 86/2018 (CONSUNI/UFAL), an outcome of the Black Movement (Black Institute of Alagoas) inquiries and demands. Diverging from the occidental and hegemonic scientific production, this research is based on three insurgent and Africancentered perspectives: afrocentricity theory (Asante, 2009, 2014, 2016, 2019; Mazama, 2009; nascimento, 2009; Rabaka, 2009), decoloniality or decolonial turn (Ballestrin, 2013; Grosfoguel, 2016; Quijano, 2005, 2009; Mignolo, 2008), and critical whiteness studies (Bento, 2002, 2014, 2022; Cardoso, 2008; Silva, 2017). This study also lies on black and antiracist authors that make use of their scientific production and political behavior to speak out against racial discrimination and explore concepts such as race, raciality, the black identity, the black body, education for ethnic-racial relations, and the debate around the creation and employment of racial quotas at universities: Almeida (2018), Carvalho (2003; 2009), Gomes (2005), Gomes (2003, 2008, 2009, 2012, 2017); Kilomba (2019); Munanga (2001, 2004, 2008, 2012) e Silva (2003). The research was guided by a qualitative case study approach and its timeframe is from 2019 to 2022. Therefore, semi-structured interviews were made with two different groups: the developers of the racial quota policy – the UFAL’s postgraduate quota commission – and the people responsible for its implementation – three professors that, in the firsts years of this affirmative action execution, were part of the student selection commission of the Postgraduate Program in Education (PPGE), the Postgraduate Program in Physics (PPGF), and the Postgraduate Program in Health Sciences (PPGCS). The collected data was analyzed by means of the technique of content analysis as proposed by Bardin (1997). The results have shown that there is an institutional lack of commitment by the university in applying the quota system efficiently which creates an attitude of noncompliance with the Resolution and demands of the black community. In addition, the understandings, impressions and positions assumed by the interviewed participants have revealed the tension around the creation and application of racial quotas face on the hegemonic, white-centered and colonial way of thinking that structures the university and its postgraduate programs. |
Palavras-chave: | Educação - Estudo e ensino (Pós-graduação) Programas de ação afirmativa na educação Cota racial Racismo Education - Study and teaching (Postgraduate) Affirmative action programs in education Racial Quotas Racism |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Alagoas |
Sigla da Instituição: | UFAL |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Educação |
Citação: | SILVA, Fabson Calixto da. Cota não é esmola! Existências e resistências negras diante da obrigatoriedade de implementação da política de cotas raciais na pós-graduação da UFAL. 2024. [265] f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Alagoas, 2023. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/14262 |
Data do documento: | 17-out-2023 |
Aparece nas coleções: | Dissertações e Teses defendidas na UFAL - CEDU |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Cota não é esmola_Existências e resistências negras diante da obrigatoriedade de implementação da política de cotas raciais na pós-graduação da UFAL.pdf | Cota não é esmola! Existências e resistências negras diante da obrigatoriedade de implementação da política de cotas raciais na pós-graduação da UFAL | 7.64 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.