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http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/13856
Tipo: | Tese |
Título: | Classe, patriarcado e raça no discurso midiático do impeachment de Dilma Rousseff |
Autor(es): | Silva, Geice Queila de Lima |
Primeiro Orientador: | Magalhães, Belmira Rita da Costa |
metadata.dc.contributor.referee1: | Macêdo, Amanda Cavalcante de |
metadata.dc.contributor.referee2: | Fireman, Ana Luíza Azevedo |
metadata.dc.contributor.referee3: | Massmann, Débora Raquel Hettwer |
metadata.dc.contributor.referee4: | Silva Sobrinho, Helson Flávio da |
Resumo: | Apresentamos uma análise do discurso midiático do impeachment de Dilma Rousseff, em sua relação dialética de classe, patriarcal e de raça, a fim de compreender as bases ideológicas, políticas e econômicas do ascenso do conservadorismo no Brasil. Com o estudo, buscamos compreender a agenda política subjacente aos discursos analisados no que tange à interseção com diferentes formações discursivas. A partir da coleta de materiais publicados naquela conjuntura, construímos a problemática de investigação: quais discursos patriarcais racistas funcionaram ideologicamente no golpe de 2016? A teoria materialista do discurso e ontológica do ser social, articulada à teoria decolonial, fundamenta nossa análise de que o ascenso político apoia-se no racismo estrutural (ALMEIDA, 2020) da divisão sexual do trabalho da família de classe dominante no Brasil. O percurso analístico inicia-se com o texto Marcela Temer: bela, recatada e “do lar”, veiculado pela revista Veja em abril de 2016, e nosso ponto de chegada é o acontecimento enunciativo no qual Mirtes Souza, mulher negra e na condição de empregada doméstica, perde seu filho em ato criminoso cometido pela primeira-dama de Tamandaré, então sua patroa, na relação de trabalho estabelecida na pandemia de Covid-19, já no ano de 2020. Analisamos um conjunto de materialidades que compõem 41 sequências discursivas, articulando diferentes perspectivas teóricas: a teoria e a metodologia da Análise de Discurso (AD) de Pêcheux (2014) e Orlandi (2002; 2008); o materialismo histórico dialético fundamentado em Marx (1985; 2008a; 2008b; 2011), bem como sua parceria com Engels (2009), nos aprofundamentos de Lukács (2013) e Mészáros (2002); as teorias do trabalho reprodutivo de Stolcke (1980), Saffiotti (1970) e Cisne (2014); e as teorias interseccionais e decoloniais de Gonzales (1984), Ribeiro (2019), Quijano (2005; 2009), Cowling (2012), Hita (2014) e Almeida (2020). Com uma abordagem discursiva interseccional, analisamos diferentes formações discursivas e ideológicas em entrelaçamento, concluindo, apenas para antecipar alguns resultados, que uma memória discursiva foi reatualizada não só no processo de impeachment de Dilma Rousseff, mas também na vida cotidiana. Um exemplo são as representações sobre mulher e raças publicadas pela revista Veja; outro são as relações de trabalho entre a primeira-dama pernambucana e Mirtes Souza. Compreendemos que o discurso estruturante do golpe é patriarcal e racista, de sentido ideológico colonialista, e seu funcionamento mobiliza ambiguidades, mecanismos de silenciamento. Além disso, os equívocos nos discursos de resistência motivaram gestos de leitura sobre as disputas de significações de poder em torno do que seja “feminino” e “masculino”, diferentes das relações forjadas pelo racismo e sexismo estruturantes da luta de classes no Brasil. |
Abstract: | In this paper we present an analysis of the media discourse of Dilma Rousseff's impeachment, in its dialectical relationship of class, patriarchy and race, in order to understand the ideological, political and economic bases of the rise of conservatism in Brazil. With this study, we seek to understand the political agenda underlying the analyzed discourses in relation to the intersection with different discursive formations. From the data collected published at that juncture, we built our research problem: which racist patriarchal discourses worked ideologically in the 2016 coup? The materialist discourse and ontological theory of social being, articulated with the decolonial theory, ground our analysis that the political rise is based on the structural racism (Almeida, 2020) of the sexual division of labor of the dominant class family in Brazil. Our analytical journey begins with the text Marcela Temer: beautiful, modest and “from home”, published by Veja magazine in April 2016, and our point of arrival is the enunciative event in which Mirtes Souza, a black woman and in the condition of maid, loses her son for the criminal act committed by the first lady of Tamandaré, then her employer, in the employment relationship established in the pandemic, in 2020. We analyzed a set of materialities that make up 41 discursive sequences, articulating different theoretical perspectives: the theory and methodology of Discourse Analysis (DA) by Pêcheux (2014) and Orlandi (2002; 2008); the dialectical historical materialism based on Marx (1985; 2008a; 2008b; 2011), and his partnership with Engels (2009), in the deepenings of Lukács (2013) and Mészáros (2002); the theories of reproductive work by Stolcke (1980), Saffiotti (1970) and Cisne (2014); and the intersectional and decolonial theories of Gonzales (1984), Ribeiro (2019); Quijano (2005; 2009), Cowling (2012), Hita (2014), Almeida (2020). With an intersectional discursive approach, in which we analyzed different intertwining discursive and ideological formations, we could conclude, just to anticipate some results, that a discursive memory was updated not only in Dilma Rousseff's impeachment process, but also in everyday life. An example are the representations about women and races published by Veja magazine; another example are the working relationships between the first lady from Pernambuco and Mirtes Souza. We understand that the structuring discourse of the coup is racist patriarchal, with a colonialist ideological sense, whose functioning mobilizes ambiguities, silencing mechanisms. Besides this, the mistakes in the resistance discourses motivated reading gestures about the disputes of power meanings around what is “feminine” and “masculine”, different from the relations forged by racism and sexism that structure the class struggle in Brazil. |
Palavras-chave: | Análise do discurso Impeachment – Política – Brasil Materialismo do discurso Racismo estrutural Luta de classe Discourse Silencing Class struggle Patriarchy Structural racism |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Alagoas |
Sigla da Instituição: | UFAL |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura |
Citação: | SILVA, Geice Queila de Lima. Classe, patriarcado e raça no discurso midiático do impeachment de Dilma Rousseff. 2023. 100 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-graduação em Linguística e Literatura, Faculdade de Letras, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2021. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/13856 |
Data do documento: | 26-mai-2021 |
Aparece nas coleções: | Dissertações e Teses defendidas na UFAL - FALE |
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