00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) FALE - FACULDADE DE LETRAS Dissertações e Teses defendidas na UFAL - FALE
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Tipo: Tese
Título: Cantar pindorama: indiofuturismos na cação brasileira
Título(s) alternativo(s): Singing pindorama: indiofuturisms in Brazilian dogfish
Autor(es): Silva, Analice da Conceição Leandro da
Primeiro Orientador: Cavalcanti, Ildney de Fátima Souza
metadata.dc.contributor.referee1: Cordiviola, Alfredo Adolfo
metadata.dc.contributor.referee2: Auad, Pedro Henrique Trindade Kalil
metadata.dc.contributor.referee3: Sales, Kall Lyws Barroso
metadata.dc.contributor.referee4: Matias, Marcus Vinicius
Resumo: O cancioneiro popular brasileiro oportuniza a investigação da figuração de povos indígenas e sua crítica cultural, criando um panorama e ampliando seus estudos. Contextualizada na convergência entre os Estudos Culturais e os Estudos Críticos da Utopia, esta tese tem como objetivo gerar novos postulados teóricos dessas representações. Para tanto, analiso no cancioneiro brasileiro seus discursos poéticos e recorrências temáticas e imagéticas. A partir da leitura/escuta e análise do corpus, composto por sete canções relacionadas à temática proposta e selecionadas a partir da de um levantamento mais amplo composto por 80 canções lançadas entre 1960 e 2022, elaboro 3 eixos analíticos abordados de forma interligada: 1. indiofuturismos; 2 representações de gênero e 3. relações com a terra. Assim, postulo o conceito indiofuturismo, com base nas teorizações de Bloch (2005) sobre utopismos, dos conceitos de hibridismo e de terceiro lugar cultural (BHABHA, 2003), bem como sobre a antropofagia brasileira (ANDRADE, 1928; 1924), os afrofuturismos estadunidense (DERY, 1994) e o futurismo indígena (DILLON, 2012). No capítulo introdutório discuto os conceitos basilares da tese. No segundo capítulo, enfoco as canções “Um índio” (1977), de Caetano Veloso, “Xondaro Ka’aguy Reguá” (2020), de Kunumi, e “Tubi Tupy” (1999), de Lenine e Rennó, cujas análises levam à proposta do conceito indiofuturismo. No terceiro capítulo, examino, a figuração da mulher indígena na canção do Brasil, através do estudo das canções “Indígena futurista” (2022), de Katu Mirim, e “Mãos Vermelhas” (2019), de Kaê Guajajara, sob o viés dos Estudos de Gênero, buscando aproximações e diferenças entre as teorias da interseccionalidade (CRENSHAW, 1986; MENDOZA, 2016; ANZALDÚA, 2016) e o feminismo comunitário (PAREDES, 2010; 2015; 2018). No quarto capítulo, proponho um escrutínio das questões ambientais e traço diálogos entre o conceito de bem viver (conforme sistematizado por Acosta, 2016), que parte da filosofia dos povos originários e do ecofeminismo e as canções “Serpente Mulher” (2021), de Suraras do Tapajós, e “Amor de índio” (1978), de Beto Guedes (1978), enfocando as formas pelas quais os campos de estudo citados se imbricam com a ideia de ancestralidade. Os trabalhos de Canclini (2008), Krenak (2020) e Wisnik (1989; 2019) são utilizados ao longo do percurso analítico, por suscitarem problematizações que perpassam a tese. Os resultados das análises demonstram que as manifestações artísticas que nomeio indiofuturistas estão orientadas pelas visões de mundo indígenas que se contrapõem ao capitalismo e ao antropoceno. A partir de sua crítica, concluo que o indiofuturismo não está ligado ao tempo linear, mas às concepções ancestrais de tempo espiralar. Além disso, as análises coadunam-se com os princípios do bem viver que, por ser um conceito especialmente importante na América Latina, carrega fortes laços com os povos indígenas locais. As reivindicações de lutas sociais e ambientais desses povos estão presentes nessas composições, instigando-nos a pensar novas estratégias de habitar Pacha Mama e Abya Yala em coexistência respeitosa com todas as demais formas de vida, a partir de conhecimentos ancestrais. Esta tese contribui com a ampliação dos postulados das citadas áreas de estudo, ao propor o indiofuturismo, trabalho teórico que está em seu início no Brasil.
Abstract: Brazilian popular songs provide an opportunity to investigate the figuration of indigenous peoples and their cultural criticism, creating a panorama and proposing the expansion of their studies. Contextualized in the convergences of the fields of Cultural Studies and Critical Utopian Studies, this thesis aims to generate new theoretical postulates of such representations. For that, I analyze in the Brazilian repertoire its poetic discourses and thematic and imagery recurrences. Having as starting points mapping, reading and listening to and analyzing the corpus, formed by seven songs related to the proposed theme and selected from a wider survey of 80 songs launched between 1960 and 2022, I elaborated 3 analytical axes addressed in an interconnected way: 1. indiofuturismo; 2 gender representations and 3. relations with the land. Thus, I postulate the concept of indiofuturismo, based on Bloch's (2005) theories on utopianism, the concepts of hybridity and cultural third place (BHABHA, 2003), as well as on American Afrofuturisms (DERY, 1994), indigenous futurism (DILLON, 2012) and Brazilian anthropophagy (ANDRADE, 1928; ANDRADE, 1924). In the introductory chapter I discuss the basic concepts of the thesis. In the second chapter, I focus on the songs “Um Índio” (1977) by Caetano Veloso, “Xondaro Ka'aguy Reguá” (2020) by Kunumi and “Tubi Tupy” (1999) by Lenine and Rennó, whose analyses lead to the proposal of the concept of indiofuturismo. In the third chapter, I approach the figuration of the indigenous woman, by studying "Indígena futurista" (2022), by Katu Mirim, and "Mãos Vermelhas" (2019), by Kaê Guajajara, from the perspective of Gender Studies, seeking similarities and differences between theories of intersectionality (CRENSHAW, 1986; LUGONES, 2014; ANZALDÚA, 2016; MENDOZA, 2016) and community feminism (PAREDES, 2010; 2015; 2018). In the fourth chapter, I propose a scrutiny of environmental issues and outline dialogues between the concept of bem viver (as systematized by Acosta, 2016), which is based on the philosophy of indigenous peoples and ecofeminism, and the songs “Serpente-Mulher” (2021), by Suraras do Tapajós, and “Amor de Índio” (1978), by Beto Guedes (1978), focusing on the ways in which the aforementioned fields of study intertwine with the idea of ancestry. The works of Canclini (2008), Krenak (2020), and Wisnik (1989; 2019) are used throughout the analytical path, as they raise problematizations that permeate the thesis. The results of the analyses demonstrate that indiofuturistic songs are guided by indigenous worldviews that oppose capitalism and the Anthropocene. From this critique, I conclude that indiofuturismo is not linked to linear time, but to ancestral conceptions of spiral time. In addition, the analyses are in line with the principles of bem viver which, as an especially important concept in Latin America, has closeties to the local indigenous peoples. These peoples' social and environmental claims and struggles are present in these compositions, instigating us to explore new strategies for inhabiting Pacha Mama and Abya Yala in respectful coexistence with others life forms, based on ancestral knowledge. This thesis contributes to the expansion of the postulates of the areas of study mentioned above, by proposing indiofuturismo, which is a theoretical approach still in development in Brazil.
Palavras-chave: Literatura- Povos indígenas- Brasil
Utopismos
Música popular brasileira
Indiofuturismo - Brasil
Estudos culturais
Literature- Indigenous peoples- Brazil
Utopianisms
Popular Brazilian Music
Indiofuturism - Brazil
Cultural studies
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura
Citação: SILVA, Analice da Conceição Leandro da. Cantar pindorama: indiofuturismos na cação brasileira. 2023. 181 f. Tese (Doutorado em Linguística e Literatura) – Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística. Maceió, 2023.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/12462
Data do documento: 14-abr-2023
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