00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) FAU - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Dissertações e Teses defendidas na UFAL - FAU
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/riufal/3168
Tipo: Tese
Título: Um porto atlântico colonial da América portuguesa: a participação de Jaraguá na formação do território alagoano e na gênese da cidade de Maceió
Título(s) alternativo(s): An Atlantic porto f Portuguese America: the role played by Jaraguá in the process of formation of the Alagoas territory and towards the emergence of Maceió city
Autor(es): Fortes, Cynthia Nunes da Rocha
Primeiro Orientador: Ferrare, Josemary Omena Passos
metadata.dc.contributor.referee1: Manhas, Adriana Capretz Borges da Silva
metadata.dc.contributor.referee2: Araújo, Lindemberg Medeiros de
metadata.dc.contributor.referee3: Oliveira, Mário Mendonça de
metadata.dc.contributor.referee4: Teixeira, Rubenilson Brazão
Resumo: Esta tese consiste em um estudo sobre o porto de Jaraguá na cidade de Maceió, em Alagoas, no período colonial (séculos XVI a XVIII). Tem como objetivo analisar a participação desse ancoradouro no processo de formação do território de Alagoas e na gênese da cidade portuária de Maceió. Busca-se ampliar os estudos sobre os portos coloniais brasileiros e especialmente sobre o passado colonial de Maceió, tema que recebe tratamento lacônico no cenário acadêmico e na historiografia alagoana, que se dedicou, sobretudo, a pensar a cidade no século XIX, restringindo a participação de Jaraguá a dois momentos precípuos: a elevação do povoado à vila em 1815, em decorrência do desenvolvimento propiciado pela abertura dos portos em 1808, e a transferência de Alagoas do Sul, atual Marechal Deodoro, para Maceió em 1839. Desvelar Jaraguá enquanto um porto colonial na América portuguesa consistiu em entendê-lo no âmago das imbricadas relações que envolvem o projeto colonizador português para o Brasil. Sob este foco, as análises empreendidas tiveram como lastro as ações de conquista, controle e defesa pensadas para a costa brasileira e, especificamente, para a parte sul da capitania de Pernambuco e depois comarca das Alagoas. As discussões tiveram como ênfase as bordas atlânticas alagoanas, principalmente o trecho litorâneo entre a enseada da Pajuçara e o porto dos franceses, além da região lagunar, espaços coloniais com os quais Jaraguá manteve fortes ligações de natureza administrativa, jurídica, defensiva e econômica. Não foi possível pensar este porto sem passar por temas nucleares da História colonial como a navegação além-mar, a expansão marítima portuguesa e a formação urbana brasileira nos primeiros séculos. Ademais, foi preciso entendê-lo subjetivamente como fronteira entre mar e terra, e espaço de trocas físicas e simbólicas. Todos esses aspectos conceituais deram a dimensão do universo portuário partilhado por homens do mar e da terra, agentes na construção do Atlântico Sul e das primeiras aglomerações urbanas levantadas na vastidão do território brasileiro, que dependiam dos portos do mar para o sucesso do empreendimento mercantil lusitano e a segurança da vida colonial. Tendo como esteio um amplo e rico corpus documental, textual e cartográfico, identificaram-se as funções exercidas por Jaraguá ao longo desses três séculos do período colonial. Distintas em sua natureza e em grau de participação nas escalas local, da colônia brasileira e no ultramar português, essas funções revelam Jaraguá como um porto indígena e do contrabando (séculos XVI e XVII), um porto militar em tempos de paz e de guerra (séculos XVII e XVIII) e um porto comercial (a partir do século XVIII), onde o açúcar e as valiosas madeiras de construção naval das matas alagoanas eram escoados para os portos de Pernambuco, Bahia e Lisboa. Foi a atividade comercial articulada à construção náutica capaz não só de transformar o espaço marítimo do ancoradouro, mas também de impulsionar o desenvolvimento do povoado de Massayó nos setecentos. Todas essas funções refletem a participação de Jaraguá no projeto colonizador português e na dinâmica do Brasil colonial, e reafirmam a sua contribuição para a gênese da Maceió portuária.
Abstract: This thesis consists of a study about the port of Jaraguá which is located in Maceió, the capital city of the State of Alagoas, Brazil, spanning the XVI-XVIII centuries. The study examines the role played by this port towards the emergence of Maceió itself as well as in the process of formation of the Alagoas territory. The thesis aims to contribute to scientific knowledge about colonial Brazilian ports in general and Maceió colonial history in particular, a subject that has received only scant attention both in academic investigation and Alagoas historiography. Scientific enquiry has examined mainly the Maceió of the XIX century focusing on the contribution of Jaraguá in relation to two key events, namely: the elevation from town to village status in 1815 as a result of the opening of the Brazilian ports in 1808 to international trade, and the transfer of the capital from Alagoas do Sul to Maceió in 1839. Unveiling Jaraguá as a colonial port in the Portuguese America consists in understanding it at the heart of the imbricated relations concerning the Portuguese colonizing project for Brazil. With this in focus, analysis was undertaken to understand the conquest, control and defense actions that were designed for the Brazilian coast, with specific reference to the southern part of the Capitania of Pernambuco, later to become the Alagoas County. The study focused on the Alagoas’s Atlantic coast, especially the littoral stretch situated between the Pajuçara bay and the French port as well as the local lagoon region. These colonial areas held strong administrative, legal, defensive and economic ties to Jaraguá. It is impossible to examine this port without consideration to key themes of the colonial history of this region, such as overseas navigation, the Portuguese maritime expansion, and the Brazilian urban formation in the first centuries of colonization. In addition, it was necessary to understand it subjectively, as a frontier between sea and land, and a space of physical and symbolic exchanges. All these conceptual aspects shaped the dimensithon of the colonial ports shared by men of the sea and of the land, agents in the construction of the southern Atlantic and the first urban agglomerations built in the vast Brazilian territory, which depended on the sea ports for the Lusitanian mercantile enterprise to succeed and for the safety of life during colonial times. A broad and rich documental, textual and cartographic corpus was used as a mainstay to identify Jaraguá's functions throughout the period of time formed by the three colonial centuries. These functions were distinct in their nature and degree of operation in three different geographical scales: the local scale, the scale of the Brazilian colony, and that of the Portuguese overseas operations. These functions revealed Jaraguá as an indigenous and smuggling port (16th and 17th centuries), as a military port in times of peace and war (17th and 18th centuries), and as a commercial port (from the 18th century), in which Alagoas sugar and valuable shipbuilding woods were shipped to the ports of Pernambuco, Bahia and Lisbon. The commercial activity articulated with the nautical construction was capable not only of transforming the port maritime space, but also to impel the development of the Massayó town in the seven hundreds. All these functions reflect Jaraguá's participation in the Portuguese colonization project and Brazil’s colonial dynamics, and also reaffirm their contribution in the origins of the maritime city of Maceió.
Palavras-chave: Arquitetura militar – Brasil
Brasil colonial – Séc. XVI – Séc. XVIII
Maceió, Porto de (Maceió, AL) – História
Jaraguá (Maceió, (AL) – História
Military Architecture - Brazil
Colonial Brazil
Port of Maceio – History
Jaraguá (Maceió (AL) - History
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ARQUITETURA E URBANISMO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Citação: FORTES, Cynthia Nunes da Rocha. Um porto atlântico colonial da américa portuguesa: a participação de Jaraguá na formação do território alagoano e na gênese da cidade de Maceió. 2018. 390 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura, Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2018.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/3168
Data do documento: 30-abr-2018
Aparece nas coleções:Dissertações e Teses defendidas na UFAL - FAU



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.