00 CAMPUS ARISTÓTELES CALAZANS SIMÕES (CAMPUS A. C. SIMÕES) CEDU - CENTRO DE EDUCAÇÃO Dissertações e Teses defendidas na UFAL - CEDU
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Tipo: Tese
Título: Discurso reportado e a escritura colaborativa de histórias inventadas em sala de aula
Título(s) alternativo(s): Le discours rapporté et l’écriture collaborative des histoires inventées en classe
Autor(es): Braga , Kall Anne Sheyla Amorim
Primeiro Orientador: Oliveira, Eduardo Calil de
metadata.dc.contributor.referee1: Cavalcante, Maria Auxiliadora da Silva
metadata.dc.contributor.referee2: Freitas, Marinaide Lima de Queiroz
metadata.dc.contributor.referee3: Capristano, Cristiane Carneiro
metadata.dc.contributor.referee4: Soares, Maria Elias
Resumo: Reportar o discurso do outro é um dos fenômenos relacionados às formas de heterogeneidade mostrada propostas por Authier-Revuz. Muitos estudos se dedicam a compreender suas formas de manifestação em diversos gêneros textuais, identificando suas características no produto textual. Contudo, poucas pesquisas se dedicam a analisar como este discurso foi construído. Partindo da Genética Textual e da Linguística Enunciativa, este trabalho discute como escreventes novatos constroem o discurso reportado (DR) ao produzirem histórias em sala de aula. Para isso, selecionamos narrativas ficcionais inventadas e escritas por duas díades de 7 anos, recém-alfabetizadas, letradas e estudantes de escolas particulares com abordagem construtivista. Isabel e Nara produziram suas histórias na cidade de São Paulo, 1992. Já as narrativas de Marília e Sofia foram produzidas em Maceió (2012) e delineadas pelos contos etiológicos. Queremos responder como os DR foram inventados por estas alunas desde sua primeira enunciação oral, ocorrida durante o momento em que conversavam sobre o que escreveriam, até o momento em que os escreveram no manuscrito escolar. Para a análise, consideramos um conjunto de dezesseis processos de escritura, oito de cada díade, registrado em vídeo, e seus respectivos manuscritos escolares. A princípio, identificamos e descrevemos as marcas morfossintáticas, lexicais, semânticas e tipográficas dos enunciados de DR (EDR) registrados nos manuscritos. Em seguida, verificamos, nos registros fílmicos, o que as alunas combinaram antes de escrevê-los. Nos manuscritos de Isabel e Nara, identificamos 39 enunciados de discurso direto (EDD), 2 de discurso narrativizado (EDN) e 1 de discurso indireto (EDI). Nos processos de escritura, havia 221 construções enunciativas relacionadas aos EDD, 12 ao EDN e 15 ao EDI. Por outro lado, nos manuscritos escolares de Marília e Sofia contabilizamos 18EDI, 17EDN e 5EDD. Nos processos de escritura, contabilizamos 79 construções associadas aos EDI, 33 ao EDN e 16 ao EDD. Apesar desta diferença quantitativa, em ambas as díades, os EDD dos manuscritos apresentam estruturas linguísticas análogas, com o uso de verbos e tempos verbais semelhantes, além de marcas de pontuação equivalentes sintática e semanticamente. Tem-se, de modo preciso, a recorrência dos verbos falar (Isabel e Nara) e dizer (Marília e Sofia) no pretérito perfeito, bem como as falas de personagens antecedidas por dois-pontos do enunciado anterior. Nos processos de escritura em tempo real, as estruturas dos EDD são próximas daquelas dos manuscritos escolares, embora haja maior diversidade de tempos verbais (pretérito perfeito, pretérito imperfeito e presente). Estes discursos são igualmente acompanhados por marcas entonacionais e gestuais que enriquecem a fala dos personagens. Nossas análises ainda identificaram: a) EDD no processo de escritura que se mantiveram como EDD no manuscrito escolar, tornaram-se EDI, EDN ou passaram a compor o enredo narrativo; b) EDI no processo de escritura que permaneceram como EDI ou passaram a ser EDD ou EDN no texto discente, além de EDI com ilha textual; c) EDN no processo de escritura em ato que continuou a ser EDN no manuscrito ou se tornou EDI. Foi possível observar, igualmente, EDD, EDI e EDN que, apesar de enunciados, não foram escritos. Por fim, nossos resultados sugerem que a construção do DR está relacionada aos conteúdos de ensino recebidos (em geral, relacionados ao sistema de pontuação) e ao universo letrado (histórias em quadrinhos, contos de fadas, contos etiológicos) que entorna estas alunas.
Abstract: La répresentation d’un discours autre dans le discours est l’un des phénomènes liés aux formes d’hétérogénéitée montrée proposées par Authier-Revuz. De nombreuses études sont consacrées à comprendre leurs formes de manifestation dans plusieurs genres textuels, en identifiant leurs caractéristiques dans les textes publiés. Cependant, il y a peu de recherches qui analyse comme ce discours a été construit. À partir de la Génétique Textuelle et de la Linguistique Énonciative, ce travail discute la façon dont les scripteurs débutants construisent le discours rapporté (DR) quand ils produisent des histoires dans la salle de classe. Pour cela, nous avons choisi des récits de fiction inventés et écrits par deux dyades de 7 ans, récemment alphabétisés, ayant accès à la culture écrite véhiculée par la littérature pour enfants, les films, les émissions de télévision et étudiantes d’écoles privées appuyées sur une approche constructiviste. Isabel et Nara ont produit leurs histoires dans la ville de São Paulo, 1992. Les récits de Marília et Sofia ont été produits à Maceió (2012) ayant les contes étiologiques comme référence. Nous voulons répondre comme les DR ont été construités par ces élèves à l’orale, au moment où elles parlèrent de ce qu’elles écriraient, jusqu’à l’inscription du DR sur la feuille de papier. Pour l’analyse, nous avons considéré seize processus d’écriture, huit par chaque dyade, enregistrés en vidéo et leurs respectifs manuscrits scolaires. Au début, nous identifions et décrivons les marques morpho-syntaxiques, lexicales, sémantiques et typographiques des énoncés de DR (EDR) enregistrées dans les manuscrits scolaires. Ensuite, nous identifions dans les enregistrements vidéo ce que les étudiants ont combiné avant de les écrire. Dans les manuscrits d’Isabel et Nara, nous avons identifié 39 énoncés de discours direct (EDD), 2 énoncés de discours narratif (EDN) et 1 énoncé de discours indirect (EDI). Dans les processus d’écriture, il y avait 221 constructions énonciatives liées aux EDD, 12 aux EDN et 15 aux EDI. D’autre part, dans les manuscrits scolaires de Marília et Sofia, nous comptions 18EDI, 17EDN et 5EDD. Dans les processus d’écriture, il y avait 79 constructions associées au EDI, 33 au EDN et 16 au EDD. En dépit de cet écart, dans les deux dyades, les EDD des manuscrits présentent des structures linguistiques similaires, avec l’utilisation de verbes et des temps similaires, ainsi que des signes de ponctuation équivalents syntaxiquement et sémantiquement. Précisement, il y a une récurrence des verbes parler (Isabel et Nara) et dire (Marília et Sofia) au passé composé, ainsi que les discours des personnages précédés par deux-points du énoncé précédente. Dans les processus d’écriture en temps réel, les structures EDD sont proches de celles des manuscrits scolaires, bien qu’ils comportent plus de temps verbaux – passé composé, l’imparfait, présent. Ces discours sont également accompagnés de marques intonationales et gestuelles qui enrichissent le discours des personnages. Nos analyses montrent encore: a) EDD dans le processus d’écriture qui est resté EDD dans le manuscrit scolaire, qui est devenu EDI, EDN ou a commencé à composer l’intrigue narrative; b) EDI dans le processus d’écriture qui est resté comme EDI ou est devenu EDD ou EDN dans le texte de l'élève, outre encore DI avec l'île textuelle; c) EDN dans le processus d’acte qui a continué à être EDN dans le manuscrit ou est devenu EDI. Il a également été possible d’observer EDD, EDI et EDN qui ont été prononcé par les dydes, mais qui n’ont pas été écrits. Enfin, nos résultats suggèrent que la construction du DR est liée au contenu de l’enseignement reçu (en général, lié au système de ponctuation) et à l’univers culturel (bandes dessinées, contes de fées, contes étiologiques) des étudiantes.
Palavras-chave: Manuscrito escolar
Escritura colaborativa
Discurso reportado
Processo de escritura em ato
Manuscrits scolaires
Processus d’écriture en acte
Discours rapporté
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Alagoas
Sigla da Instituição: UFAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Educação
Citação: BRAGA, Kall Anne Sheyla Amorim. Discurso reportado e a escritura colaborativa de histórias inventadas em sala de aula. 2017. 230 f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2017.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/2224
Data do documento: 17-ago-2017
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